Em Belém do Pará, desde o ano de 2009, o Ponto de Memória da Terra Firme tem motivado um processo museal no bairro da Terra Firme, sob o entendimento que esse território é um artefato musealizado e que os moradores além de habitantes-visitantes são agentes em seus lugares de pertencimento. A iniciativa é liderada por um Conselho Gestor, formado por moradores do bairro e agentes sociais do campo dos museus na Amazônia, que atua para reconstruir a história da Terra Firme pelas narrativas de quem vive nesse lugar. A vontade de possuir um museu no bairro da Terra Firme foi impulsionada pelo Museu Paraense Emílio Goeldi, sob atuação do Projeto Museu Goeldi de Portas Abertas, e também pelo Instituto Brasileiro de Museus, no âmbito do Programa Pontos de Memória. Essas instituições contribuíram para a formação do Conselho Gestor na produção de metodologias participativas de caráter museal, amplamente realizadas na Terra Firme pelo Ponto de Memória. As metodologias, sobretudo, resumem-se em ações continuadas de registro da memória social dos moradores e em atividades pautadas na educação popular de valorização do patrimônio cultural e ambiental do bairro. Destacam-se as seguintes ações: Inventário Participativo, Jornal O Tucunduba, Exposição Terra Firme De Tudo um Pouco, Rodas de Memórias, Jardim Comunitário, Percurso Interativo, Jogo Digital, dentre outros realizados na última década. Desse modo, o Ponto de Memória da Terra Firme tem um importante papel na construção de uma cidadania ativa no bairro da Terra Firme.